sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Daquilo que (ainda) não compreendo...


Noite passada eu tive um sonho...
Sonhei que um grande dragão dourado me levava nas costas pelo mundo afora e voava tão alto que mal dava pra compreender o que se passava no solo enquanto eu circulava por entre as nuvens.
As pessoas, no chão inacreditavelmente longe, eram apenas borrões coloridos multifacetados que gritavam coisas incompreensíveis. (Não dá pra entender muita coisa quando se voa numa altura vertiginosa e inacessível humanamente!).
Voar era bom. Voar representava, naquele exato momento, um dos poucos momentos de felicidade plena e sincera que eu teria em minha vida. Poucas sensações se comparam a voar em costas de dragões dourados e isso era uma façanha pra mim.
Eu não sabia de onde ele havia surgido. Quando comecei a sonhar ele já estava ali, abaixo das minhas pernas com uma pele escamosa dourada e brilhante, mostrando-me o mundo de uma forma que eu jamais poderia conhecer sem ele.
Mas havia um problema: ele sabia disso. Dragões, seres inteligentes que são, sabem quando nós os seres humanos os admiramos e nos encantamos por aquilo que eles nos trazem.
Porém, todavia, entretanto isso não impediu o dragão de continuar a me levar sobre as costas. Pelo contrário, ele também gostava disso. É sempre bom para um dragão mostrar o quão habilidoso e capaz ele é ao voar.
Assim o tempo passou e o improvável aconteceu: eu me apaixonei pelo dragão dourado. Mas como isso não haveria de acontecer? Nenhum outro dragão no mundo, em toda a minha vida tinha feito o que aquele dragão dourado fizera por mim e isso era um fato. E como demonstrar isso ao dragão? Como fazê-lo entender que ele havia se tornado tão especial pra mim e que eu gostaria que ele voasse comigo nas costas por todo o sempre?
Dragões são seres livres por natureza. Vivem em sociedade, isso é verdade, mas se cansam com facilidade de levar pessoas às suas costas.
Por algum tempo eu consegui que o meu dragão dourado (a essa altura eu já o chamava de meu, pois eu o amava), ficasse comigo. Mas, como tudo na vida, ele quer ir embora...
Eu não sei o que faço com o meu dragão. Eu o amo, mas vejo que ele precisa de mais. Acho que ele, por dentro, queima tanto quanto eu. Acho ainda que ele também tem medo de me deixar... Claro! Existem pouquíssimos “navegantes de dragões” tão bons quanto eu. E não digo por modéstia, digo porque é um fato. Os navegantes de dragões de hoje em dia só querem ter várias espécies para mostrar aos outros navegantes de dragões o quanto eles são capazes e importantes.
Eu sou do tempo que importante, importante mesmo, de verdade, é só 1 dragão na vida da gente. E por isso, por amá-lo e achar que ele é realmente importante pra mim, é que não gostaria que ele fosse embora.
Hoje eu ainda não sei o que vai ser. O meu dragão me ama (disso eu sei e tenho certeza), mas de vez em quando bate um vento frio e ele sente vontade de ir embora, procurar por outros navegantes de dragões...
Não conte a ninguém, mas...



... desconfio...










... acho que em breve eu vou acordar. (e não vou gostar!)

3 comentários:

Anônimo disse...

Como boa pisciana eu também sou uma "navegante de dragão"... Não sei se sou das boas como você (e vc é mesmo!), mas sou uma navegante... Dragões às vezes vão embora e deixam a gente com o coração mais apertado do mundo. Dragões às vezes parecem maus, às vezes são, às vezes não... É difícil para os navegantes compreender os dragões...

Nesse momento da vida, acho que ando um pouco dragão. Mas os navegantes quando se transformam em dragões, voltam a ser navegantes rapidamente. Navegante é sempre navegante.

Queria te dizer que entendo o seu coração e a sua forma de acreditar em dragões, que eles deveriam ser únicos, os mesmos o tempo todo. Quando um navegante descobre "o seu dragão" ele não quer mais deixá-lo ir. Falta ar quando eles partem... Sei disso assim profundamente. Para os não navegantes parece exagero, parece mentira, mas os navegantes sabem que não exageram, que é apenas a sua forma de sentir (saudades, amor, desejo...).

Agora falando de vc, posso te dizer, com toda sinceridade, que te amo no mundo e que torço muito pela sua felicidade. Sempre, sempre.

Um beijo do tamanho do mundo

Camila

Deia disse...

Abaixo da Camila só faço limitar-me ao IDEM.

Felipe Roberto Martins disse...

Os dragões são como os "labirintos", nada que rosas e poesia não resolvam; aliás não há nada que rosas e poesias não resolvam!
Abraços!